Naufrágio – Naufrago sobrevivente
2-Setembro 1972
Olá amigos marinheiros e companheiros que me seguem lendo as minhas proezas na vida de um marinheiro pescador.
Vou passar a relatar o meu naufrágio de um navio bacalhoeiro nos mares dá terra nova (Newfoundland-Canada) no Grands Banks. Que ficam mais ou menos a duzentas e cinquenta milhas marítimas dos Açores. e outras tantas de St. Jonhs Porto mais próximo no Canada
Eram seis horas da tarde do dia 2 de Setembro 1972 a bordo do navio bacalhoeiro RIO ANTUÂ fim de mais um dia de labuta de pesca tinha eu acabado de jantar, nunca mais vou esquecer tinha acabado de comer caras de bacalhau fritas com arroz,
Quando todos ouvimos o alarme fogooooo a bordo, tudo ficou em pânico sim porque naquele tempo ninguém estava preparado para combater o incêndio eu era um rapaz que tinha ido de verde (primeiro embarque) nesse ano nós tínhamos partido para ir pescar com as redes de malhar com seis baleeiras e cada uma pescava com 100 redes dividida por 25 cada caça, (caça) eram redes repartidas em grupos de vinte e cinco redes, e cada baleeira tinha quatro marinheiros a bordo, que todos dias saiam do navio mãe para irem a faina da pesca e os restantes ficavam a bordo para tratarem do peixe assim que nós chegávamos.
Voltando ao principio quando ouvimos o alarme eu não queria acreditar que assim fosse verdade, julgando eu que alguém estava brincado subi para o convés de cima e foi verificar se realmente era verdade, quando de reparei com toda verdade que o navio estava em chamas na casa da maquina eram chamas e muito fumo, era uma confusão total, nada estava organizado todos davam ordens e ninguém obedecia era a lei do mais forte, eu não sei o que me deu pela minha cabeça, disse para os meu botões vou buscar a minha mala e as minhas coisinhas que me pertencem, olhem como nós morremos sem darmos por ela, fui para o meu beliche comecei a tirar os meus pertences, tinha um relógio de marca butex peguei nele mas pensei ó eu não vou levar o relógio porque vou estragar com agua salgada e então deixei lá dependurado onde costumava ficar, mas lhes digo já não era eu em meu juízo, lá no convés de cima era só confusão gritos navalhas em punho, por o motivo que todos queriam ir nas baleeira que iam arreando e não se podia arrear mais do que cinco pessoas podia partir os cabos de arame, mas ninguém queria ouvir isso, porque aqueles que já tinham saído do navio nas baleeiras antes tinham fugido para longe do navio, e só faltava uma para ir para agua e ainda estava muita gente abordo, e o fogo começava cada vez alastrando mais e mais, quando venho a mim ninguém mais estava no rancho, (rancho) era onde nós dormíamos nos beliches
Quando saio do meu beliche dou conta que tenho o meu pé sangrando e não posso andar dou conta que tenho o pé todo esfolado e está desmanchado os tendões fora do lugar, lá consegui chegar ao convés de cima e ainda faltava a ultima baleeira para arrear para o mar já estavam dez homens mais do que o dobro que era permitido de peso, e os que lá estavam não deixavam mais ninguém entrar, não podia andar se não vou nesta baleeira estou lixado, porque ninguém me ajudava e eu caminhava só com um pé-coxinho, e nem as dores sentia e então esperei que quando arreassem a medida de eu dar um salto, eu pensei para mim é melhor e levar uma navalhada do que ficar aqui e ninguém me ajudar, e assim foi que aconteceu, lhes digo não sei onde eu ganhei tanta coragem, quando vi que estava a medida eu voei por ar que eles quando deram conta de mim já a baleeira estava chegando a agua mas conforme saltei ali fiquei não me pode mover mais já o meu pé estava parecia um pipo, recordo estivemos a volta de cinco ou seis horas esperando que outros navios chegassem
Porque estavam longe da posição que nos e encontrava-mos entre a cinquenta a sessenta milhas marítimas, nessa noite tinha falecido um pescador de um dóris (bote de pesca) tinha virado porque estava mau tempo, como recordo essa noite paz a sua alma descansa em paz camarada e amigo.
Fomos socorridos a volta da meia-noite pelo Navio Conceição, e lá fui tratado pior do que um animal ninguém quis saber de mim e dos que lá estavam, não havia lugar para nós dormir e
E descansar, estivemos naquele martírio até outro navio com mais condições chegar, e assim chegou o navio de nome Boa Viagem, onde passamos dois dias e então é que veio o e navio Hospital Gil Eanes aquele que se encontra de museu em Viana do Castelo, e então foi que viemos para terra para o porto de St Johns, onde permanecemos uns três dias até arranjarem os bilhetes para irmos para Portugal porque tinha-mos perdido toda documentação, e foi ai que eu andei de avião pela primeira vez, alem do azar era uma felicidade dentro do avião perecíamos umas crianças a brincar comer beber tudo quanto davam. Quando chegamos a Lisboa ficamos três dias e eu fui para o hospital cura o meu pé.
Quando tudo estava bem foi uma grande alegria abraçar os meus familiares.
Obrigado meu Deus.
Aqui ficam as memórias de um náufrago da pesca do bacalhau do Navio Rio Antuã
Uma parte da história como eu vivi esta parte do naufrágio.
O meu muito obrigado
Jimmy o Marinheiro
Factos de um pescador
Vou passar relatar um facto verdadeiro de um mocinho pescador
Na primeira vez em que fui para pesca da sardinha.
Tinha eu oito anos de idade, não me lembro bem em que dia da semana era, mas isso não tem muito em conta para o caso.
Isto eram três horas da manha e eu foi acordado pelo meu pai, eu estava dormindo como um bebé quando ele me disse levanta-te porque vens para pesca, mas eu não tinha pedido para ir mas como não havia ninguém mais lá teve eu de embarcar para pesca da sardinha com as redes de malhar, nos barcos de boca aberta (barcos tipo lancha poveira) que se virassem ficariam de fundo para o ar, por isso naquele tempo eram os barcos que se usavam para pesca da sardinha com redes de malhar.
Redes de malhar eram redes que se estendiam ao sabor da corrente marinha ao longo de umas centenas de metros a sua mercês e conforme o peixe atravessava ficava malhado na malha da rede, depois tínhamos de desemalhar o peixe da rede, porque ficava com a cabeça na malha malhado.
Quanto eu me lembro era dias de verão o mar estava calmo mas como não deixou de ser um pesadelo para mim quando dei conta que enjoava, foi uma experiencia da primeira maré muito má não fiquei a gostar, ou seja gostava de ser pescador mas não gostava de enjoar, era horrível, era uma doença queres trabalhar e ajudar e em vez disso estar como um morto sem poder fazer nada, mas o enjoo era mais forte do que eu.
Teve de ter muito sofrimento para me adaptar ao mar e não sofrer com o enjoo, porque muitas das vezes ainda estava em terra firme e lá estava eu já enjoado sem ter os pés no barco mas só por saber aquilo que eu ia sofrer a mente já estava a trabalhar, e não havia volta a dar.
Voltando ao principio, eu lá me teve que levantar e ir, que remédio com enjoos ou sem tinha mesmo não havia mais ninguém, eu sei que ia de fraco agrado e foi todo caminho a resmungar até chegar ao barco, eu lembro-me de estava uma calma um céu estrelado, e eu zangado pelo caminho ia dizendo havia de não dar uma sardinha, como não deu, mas deu uma carga de cavala, que não pagou o trabalho, porque naquele tempo a cavala era um peixe que não tinha muito valor, sei que me lembro de que sai de casa as três da manha e entrei as três da tarde sem descansar e nada ganhei, assim era a vida dos pescadores naquele tempo havia dias assim.
Espero que tenham gostado da minha história real de um pescador ainda em frase de aprendizagem e com muitos enjoos.
Um muito obrigado
Jimmy o marinheiro
MAR
Ó mar meu sonho de embalar
Em ti encontrei o meu navegar
Para dizer o sinto, na verdade
Porque só assim sinto liberdade
Sem vitória de vaidade
…
Isolado não me sinto
Para como amigo
Te dizer o que sinto
Nas minhas veias de navegador
No respeito do carinho
Nesta amizade sim senhor
…
Eu assim navego conforme posso
E como me deixam
Mas sempre te vou respeitar
Levo todos apetrechos
Para não me perder
Mais sim tentar ver o caminho
Com coração, não querendo dizer
Que navego e que tinha razão
Entre ti e mim
Tem de haver compreensão
Só assim não há desilusão
E haverá o que sempre houve
Amizade carinho e união
…
Verdade dói! Porque será?
Onde está o sentimento
Porquê tanto ressentimento
Por ser marinheiro,
Não sou dono mundo
Nem tenho dinheiro
Compro no merceeiro
Tem de ser tudo por inteiro
Nem sempre sou aquilo
Que queriam que fosse
Podia ser doutor, engenheiro
Carpinteiro, poeta, ou varredor
Dou graças a deus por ser marinheiro
Com grande coração
Ouvir meus amigos com devoção…
Jimmy marinheiro
Saudade de um marinheiro
Voltando aos dias actuais de um natal sem família e sem amigos
Mas com companheiros de trabalho, tenta-se amortecer a saudade com telefonemas e tentar que o tempo passe despercebido e rápido nestes dias memoriáveis, dias sentidos no alto mar e num pais que não é o nosso, ainda nos faz sentir mais ainda, eu passei assim a minha ceia de natal, eram cinco horas da tarde comendo o bacalhau cozido, o mais rápido possível para não pensar e queria o novo dia, porque eram muitas memórias todas juntas, não fui bem comer eu digo que fui só manter presença.
Subi a minha cabine liguei a internet Há Há sim agora os marinheiros podem usar internet
Li um pouco os meus amigos e como estava tudo calmo porque estavam todos em festa e de decidi por ver um filme e dormir assim fui o meu natal, assim fui a minha ceia de natal.
No dia vinte e cinco temos o natal com toda tripulação e aí começamos a comer ao meio dia porque estávamos de standby para o trabalho. Mas deu tempo para celebrarmos o natal, parecia uma família reunida, desejamos um feliz natal com comprimentos e cada um a sua maneira do seu pai. Sim porque eu trabalho com polacos ingleses e portugueses e escoceses
Foi lindo aquele momento mas bem sempre a memória aqueles aquém nós amamos e sentimos saudades nesses momentos.
Assim é o natal do marinheiro Jimmy
Feliz ano novo para todos vocês um forte abraço
JIMMY O MARINHEIRO
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