Quinta-feira, 28 de Janeiro de 2010

Factos de um pescador

 

 

Factos de um pescador

Vou passar relatar um facto verdadeiro de um mocinho pescador

Na primeira vez em que fui para pesca da sardinha.

Tinha eu oito anos de idade, não me lembro bem em que dia da semana era, mas isso não tem muito em conta para o caso.

Isto eram três horas da manha e eu foi acordado pelo meu pai, eu estava dormindo como um bebé quando ele me disse levanta-te porque vens para pesca, mas eu não tinha pedido para ir mas como não havia ninguém mais lá teve eu de embarcar para pesca da sardinha com as redes de malhar, nos barcos de boca aberta (barcos tipo lancha poveira) que se virassem ficariam de fundo para o ar, por isso naquele tempo eram os barcos que se usavam para pesca da sardinha com redes de malhar.

Redes de malhar eram redes que se estendiam ao sabor da corrente marinha ao longo de umas centenas de metros a sua mercês e conforme o peixe atravessava ficava malhado na malha da rede, depois tínhamos de desemalhar o peixe da rede, porque ficava com a cabeça na malha malhado.

Quanto eu me lembro era dias de verão o mar estava calmo mas como não deixou de ser um pesadelo para mim quando dei conta que enjoava, foi uma experiencia da primeira maré muito má não fiquei a gostar, ou seja gostava de ser pescador mas não gostava de enjoar, era horrível, era uma doença queres trabalhar e ajudar e em vez disso estar como um morto sem poder fazer nada, mas o enjoo era mais forte do que eu.

Teve de ter muito sofrimento para me adaptar ao mar e não sofrer com o enjoo, porque muitas das vezes ainda estava em terra firme e lá estava eu já enjoado sem ter os pés no barco mas só por saber aquilo que eu ia sofrer a mente já estava a trabalhar, e não havia volta a dar.

Voltando ao principio, eu lá me teve que levantar e ir, que remédio com enjoos ou sem tinha mesmo não havia mais ninguém, eu sei que ia de fraco agrado e foi todo caminho a resmungar até chegar ao barco, eu lembro-me de estava uma calma um céu estrelado, e eu zangado pelo caminho ia dizendo havia de não dar uma sardinha, como não deu, mas deu uma carga de cavala, que não pagou o trabalho, porque naquele tempo a cavala era um peixe que não tinha muito valor, sei que me lembro de que sai de casa as três da manha e entrei as três da tarde sem descansar e nada ganhei, assim era a vida dos pescadores naquele tempo havia dias assim.

Espero que tenham gostado da minha história real de um pescador ainda em frase de aprendizagem e com muitos enjoos.

Um muito obrigado

Jimmy o marinheiro

 

 

 

sinto-me: contador de factos
publicado por marinheirojimmy às 21:04
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