Despois de um dia de labuta , em pesca chegavam ao navio descarregavam o peixe da pesca do dia e se tinha apanha do era o inicio do fim , limpavam o peixe, quer que tinham panhado ou não tinham de trabalhar no peixe dos outros, era mesmo uma escravidão.
Navio Hospital de Portugal , quando dava apoio aos pescadores bacalhoeiros
e não so ,era tambem o tribunal, a prisão, um pouco de tudo com muitas historias que ficaram por contar.
Ainda não conheço o Pepe Brix pessoalmente e já gosto dele.
Só falámos por telefone e por correio electrónico. Há alguns meses, mandou-me – a medo – um PDF com uma recolha fotográfica que tinha concluído. Não tomem isto à conta de bazófia, mas tenho pouco tempo para espreitar portfolios. Deixei o material em lume brando. Um dia, ao fim da tarde, numa daquelas raras tardes em que por momentos parece que a fornalha está suficientemente saciada de carvão, comecei a ver a reportagem fotográfica.
Madre de dios! Que imagens! Que sensibilidade! Teletransportei-me naquele instante das Avenidas Novas de Lisboa para o Atlântico Norte. Para um barco velho, de pouco mais de oitenta metros, refúgio metálico de homens bravos que não têm outra casa durante a campanha. Para as águas frias que o bacalhau prefere, como se zombasse dos homens que o perseguem.
Privilegiamos em jornalismo as histórias novas, os contextos ainda não sugeridos, as narrativas por contar. O Pepe Brix, fotógrafo açoriano de Santa Maria, mandou essa lógica às malvas. Durante três meses e meio, trabalhou numa das histórias mais antigas da relação dos portugueses com o mar: os bacalhoeiros na Terra Nova. E explorou a partir daí uma nova linguagem sobre o quotidiano a bordo, a resistência de quem se força a este extremo para ganhar a vida. Em última instância, esta é uma reportagem sobre superação de limites.
Na revista de Fevereiro, a partir de amanhã nas bancas e assinantes, publicamos a reportagem. E ainda há um vídeo. E uma exposição na rampa de lançamento. Durante algumas semanas, será como se colocássemos um holofote sobre uma pequena mancha escura que sulca ondas no Atlântico.
É esse o sortilégio do jornalismo. Encontrar narrativas que valem a pena contar e amplificá-las. Mesmo que para isso seja necessário viver cem dias no Atlântico Norte.
Mar salgado
Perto de ti nasci e contigo cresci
Desde pequeno que contigo estou
Um homem de mim fez
Nas tuas águas puras e cristalinas
Ensinaste um homem com coração
Amar e repartir amor com devoção
A ti me entreguei nesta minha navegação
Enquanto navego em minha vida medito
Tenho sonhando e chorado sofrido e contemplado
Assim como tenho tomado o sabor do teu fel misturado do teu sal
Quando te zangas com tuas razões
Parecemos dois leões
Que conhecem suas posições das batalhas dos ventos
Tu guerreias por um lado e eu tento vencer por outro
Nesta minha labuta da vida, pela liberdade querida
Que me é muito querida com as honras desta nossa vida
Mas na hora da verdade fazes muita dor
Meu irmão e meu libertador
Tanto tiras, como me das muita dor
Nesta luta selvagem da nossa passagem da vida
Que nos é tão querida
Tu que nos acalmas com tua nevoa e neblina
Como uma ave de rapina
Nos fazes ter mais atenção e até se ouve o bater do coração
Nas procuras dos pontos estratégicos da navegação
Para encontrar o bem dito porto da razão
Ho mas sem ti e nada teria, sem sentir o sofrimento
Nada servia para uma vida de navegador
Tu que fizeste me mim um pai e um grande senhor
Tu que batizaste meu nome Marinheiro
Navegador para navegar o mundo inteiro
Entre padres e doutores, engenheiros e compradores
Tu que nos sustentas, com teus recheios das tuas águas
Há séculos que assim são inumeráveis
Que com as tuas ondas selvagens ceifas vidas
De pessoas que te são tão queridas
E nunca são devolvidas, e lhes dás o interno descanso em teu leito
Esses eternos lutadores, heróis desse teu mundo
Dessas lutas e combates do dia-a-dia de sua labuta
Na partilha do pão que deixavam para traz a sua verdadeira razão
O amor, fome, lar, e todo bem e assim como mal
E a ti se lançavam sem maldade, mas sim com ansiedade
De uma própria batalha da sobreviver da vida de sua família querida
Assim é e assim será minha batalha querida e amiga contigo mar querido
Assim serás a razão do meu navegar, com muito amor para te entregar
Te envio um abraço deste teu amigo e irmão de todo coração
Obrigado amigão sem ti nada seria em minha vida…
Autor-Jimmy o Marinheiro
No
tempo da pesca do bacalhau.
Este marinheiro com um dos seus dedos partidos e tinha de trabalhar, como podem ver com talas nos dedos, em que não podia recusar mesmo com dores, tudo isto era levado aos limites da imaginação, aqui deixo também outra foto de o mesmo marinheiro em tempo de porto entranhando redes para renovar as velhas redes, no porto st Johns , no Canada quando os barcos iam buscar novos alimentos e tudo que era preciso para ser abastecido, aqui deixou algo de sua linda mocidade, no melhor da sua vida.
Vida de pescador bacalhoeiro, Nos mares de terra nova.
Aqui deixo um grande abraço a todos pescadores do navio S. Gabriel entre 1975-1980
Muitas recordações ficaram escondidas, e muito sacrifício nos tempos desta vida.
Jimmy o marinheiro
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