Quarta-feira, 2 de Fevereiro de 2011
foi neste Navio bacalhoeiro de arrasto que fez uma viagem de oito meses.
Título de um pescador
o navio de arrasto que eu me refiro era idêntico a este e da mesma empresa,SNAB com o nome INVICTA.
Tinha acabado de naufragar no navio pesca do bacalhau, Rio Antuã na minha primeira viagem ao grande banco, da terra nova,
Tinha eu entre 19e20 anos! Ou era pesca nos grandes bancos ou tropa, e não sendo eu que escolhi o rumo da minha vida, era esse o meu destino.
Então embarquei no navio chamado Invicta da empresa dos armadores bacalhoeiros, S.N.A.B. penso que era uma empresa que pertencia ao estado não tenho bem a certeza se realmente era.
Numa viagem que demorou oito meses, esta era a minha segunda viagem, mas em tipo de pesca diferente porque esta era de arrasto, embarquei de pescador, e fez toda viagem de timoneiro, eram doze horas por dia agarrando a roda do leme, onde nas primeiras semanas os meus pés incharam, eram como uma pipa cheia de vinho, inchados, por motivo de estar doze horas de pé, foram horas de angustia, cada hora era um pesadelo, dava para tudo que era imaginação,
Então depois com o tempo brincava com a roda do leme, sabia todos segredos que ela tinha, era uma cadeira, era minha tábua de ginástica, meu companheiro das minhas saudades, que secava minhas lágrimas, minha tábua de lamentações, era ele que me ouvia, e tábua dos meus sonhos, mas que lindos se transformavam, havia de tudo um pouco, nos momentos da solidão que não se tinha noticias nem rádio, e quando se tinham, já essa dita carta tinha sido escrita a dois meses, mas mesmo assim eram bem saborosas. Voltando a pesca começamos pela terra nova no ano 1974 no vinte e cinco de Abril, me lembro muito bem quando chegamos a Portugal havia mudanças, com a revolução dos cravos.
Pescamos quatro meses e fomos acabar a viagem para norte da Noruega, fomos acabar de carregar o navio lá. Atravessamos o atlântico oceano para fazer mais quatro meses.foi a carga total do navio 14 mil quintais de peixe salgado e escalado.
nessa viagem deixamos o nosso cão perferido da tripulação em Noruéga, como nós diziamos que tinha encontrado uma noruéguesa linda e lá ficou, quando tinhamos dado por ela já era tarde para dar volta ao barco ou seja ao navio,
Quando lá chegamos nunca mais parou de se trabalhar, era todos os quartos fora e dentro 18 horas a trabalhar e seis a descansar, no de muito tempo os corpos começam a ceder com o cansaço, me lembro de um companheiro cortar a mão de propósito para tentar sua sorte para ficar na cama, mas foi em vão a sua tentativa.
Então o comandante mudou-me para o convés e ele para o leme, porque assim ele bem ou mal podia fazer leme com uma mão, e como era muito peixe, nos (quetes) lugar onde o peixe ficava para ser limpo, e escalado como se tratava do nosso querido bacalhau,
Mais uma tortura para mim, passo a explicar, como eu não estava habituado a esforços era somente leme que eu tinha vindo a fazer ao longo de cinco meses, e de repente teve que ir trabalhar no peixe, o corpo cedeu, o caso complicou-se quando me abriram os pulsos com o esforço do garfo, que nós lhe chamamos a forquilha, mas com o tempo tudo veio ao normal,
Me lembro muito bem que o fundo do Quete, nunca era limpo porque assim que as redes iam a água o barco era cheio de peixe, era peixe por quanto era barco, nunca tinha visto assim tanto bacalhau, foi carregar o navio até ao topo.
Foram oito meses de pesca, entre entrada e saída de Lisboa e entrada, para ganhar 15 mil escudos.
Era mesmo uma miséria e uma escravidão, aqui fica uma viagem mencionada, por um jovem pescador da época,
Em homenagem a todos pescadores bacalhoeiros da época um grande abraço.
Autor-Jimmy o Marinheiro
Sábado, 7 de Agosto de 2010
foto encontrada na net.
(Bacalhoeiros) escravos do trabalho
Hoje tenho uma história verdadeira para contar, sobre os pescadores bacalhoeiros, que muito batida foi, ou seja andou de boca em boca, por quem andou na pesca do bacalhau.
Começo por dizer que como imaginam era um trabalho duro, e ainda por cima se tivesse o azar de não ter apanhado quero dizer pescado, nada no seu dia longo de pesca, tinha de trabalhar no peixe dos outros, porque depois da pesca era preciso limpar e salgar esse dita pesca assim era vida.
Chegava a bordo do navio sem peixe uma das coisas muitas das vezes era insultado, pelo comandante ou imediato como por exemplo, (langonha) na sigila da pesca quer dizer, és uma porcaria, um inútil, o pior dos homens a face da terra, que não serve para pescar, nem para nada, e assim era o riso dos alguns dos seus companheiros, que o votariam de parte porque tinha a infelicidade de nada ter apanhado e tinha de trabalhar na mesma no peixe que os outros apanhavam, não tinham horas certas para descansar, e quando estava mau tempo tinham de aperfeiçoar as linhas de pesca, para estarem prontas quando a calma volta-se.
Eles começavam a dar os (louvados) como por exemplo, louvado seja nosso senhor Jesus Cristo e sua mãe santíssima, são quatro horas da manha vamos arrear, era a maneira como eram acordados as quatro horas da manha, e nem agua havia para lavar a cara nem pastas de dentes para lavar os dentes, e só beber uma pinga de chicória de café que eram mais borras do que café aquelas borras da grande cafeteira era só mudada as vezes ao fim de semana, e tudo dependia do cozinheiro, era tudo racionado.
Mas dentro disto só dei um parecer do que passava nesses navios, onde eu queria chegar era a historia dentro de uma passagem de um pescador, depois de um dia de pesca, chegou a bordo doente das costas, ou seja da coluna, naquele certo tempo que ainda não levavam enfermeiro a bordo então os curativos eram feitos pelo comandante do navio ou o imediato, então neste caso foi o comandante do navio que estava fazendo o curativo, ou seja a fazer de conta porque em vez de estar a fazer uma massagem nas costa do pobre pescador, estava a fazer ou seja desenhando um pénis nas costas do pobre desgraçado, como não basta a sua dor e o seu sofrimento.
O comandante nunca fazia esforços tinha um criado só para os comandos do navio, e por cima ainda faziam troça daqueles que se matavam a trabalhar, assim era a vida de porcaria, mas esse comandante ficou com a apelido o (pinta cassetes) para toda sua vida, teve o que merecia e aqui fica marrado na minha historia de pescador bacalhoeiro.
Outras histórias virão ao seu tempo.
Autor-jimmymarinheiro
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