Pescadores. Marítimos, Pessoal do mar Este meu pensamento que magoa a minha personalidade de pescador e marinheiro, Caminhando lentamente par ao século xx1, tudo continua na mesma como foi igual ao outro tempo, Ano Apos ano acontece e ninguém é culpado, não é preciso Haver culpados mas sim acção Com mais segurança, de ambos lados, tanto de dentro como de fora, não será admissível Que se fale e nada se faça. Há muito a fazer LEIS, MUNDANÇA,PENSAMENTO, ATUAÇÃO, E MUITA REAPONSABLIDADE, PELA VIDA HUMANA. AS LEIS DEVEM SER COMPRIDAS COM RIGOR, O NÃO COMPRIMENTO DA LEI, O CULPADO DEVE SER PUNIDO. Ando de porto em porto, e vejo muitos erros de ambos lados, Muita falta de segurança E isso não se pode admitir, temos de olhar o horizonte em frente, todos no seu conjunto Não depende somente do governo, depende de todos os que trabalham no mar, ao redor da nossa costa. Nos noticiários me deparo com muita demagogia em torno dos casos, e ninguém diz que vai faz algo de concreto, Somente ouço vozes e desabafos, são anos seguidos, não é uma só vez, mas sim vezes sem conta, não podemos deixar o rio desaguar se ele estar poluído, ele vai para o mar e o queremos de volta, seguro e salvo. Muito teria a dizer mas de momento vou ficar por aqui. O meu muito obrigado. JIMMY O MARINHEIRO
João Alvaro Fagundes, SNAB,navio de arrasto Português
Para todos os pescadores que lá passaram parte de sua vida.
Ainda não conheço o Pepe Brix pessoalmente e já gosto dele.
Só falámos por telefone e por correio electrónico. Há alguns meses, mandou-me – a medo – um PDF com uma recolha fotográfica que tinha concluído. Não tomem isto à conta de bazófia, mas tenho pouco tempo para espreitar portfolios. Deixei o material em lume brando. Um dia, ao fim da tarde, numa daquelas raras tardes em que por momentos parece que a fornalha está suficientemente saciada de carvão, comecei a ver a reportagem fotográfica.
Madre de dios! Que imagens! Que sensibilidade! Teletransportei-me naquele instante das Avenidas Novas de Lisboa para o Atlântico Norte. Para um barco velho, de pouco mais de oitenta metros, refúgio metálico de homens bravos que não têm outra casa durante a campanha. Para as águas frias que o bacalhau prefere, como se zombasse dos homens que o perseguem.
Privilegiamos em jornalismo as histórias novas, os contextos ainda não sugeridos, as narrativas por contar. O Pepe Brix, fotógrafo açoriano de Santa Maria, mandou essa lógica às malvas. Durante três meses e meio, trabalhou numa das histórias mais antigas da relação dos portugueses com o mar: os bacalhoeiros na Terra Nova. E explorou a partir daí uma nova linguagem sobre o quotidiano a bordo, a resistência de quem se força a este extremo para ganhar a vida. Em última instância, esta é uma reportagem sobre superação de limites.
Na revista de Fevereiro, a partir de amanhã nas bancas e assinantes, publicamos a reportagem. E ainda há um vídeo. E uma exposição na rampa de lançamento. Durante algumas semanas, será como se colocássemos um holofote sobre uma pequena mancha escura que sulca ondas no Atlântico.
É esse o sortilégio do jornalismo. Encontrar narrativas que valem a pena contar e amplificá-las. Mesmo que para isso seja necessário viver cem dias no Atlântico Norte.
. Cem dias no Atlântico Nor...