Pesca de bacalhau
No cais uma criança
Agarrada a sua mãe
Que dizia com esperança:
-Vai, amor e volta em bem.
Ao mesmo tempo acenava
Ao navio que já partia
E em mim que isto olhava,
Também a alma doía.
-Mãe, o papá pra onde vai?
Pergunta triste o infante.
-Vai à pesca do bacalhau
Para uma terra distante.
Senti penas desgraçadas...
Porém tive eu que rir
A bandeiras despregadas
Com o que se deu a seguir.
O petiz pergunta à mãe:
-Porque não vem com a gente?
Ele podia muito bem
Ir comprá-lo ao Continente.
Fachad
Um dos quatro tripulantes do barco "Gracilaria", que naufragou ao largo de São Jorge, nos Açores, chegou esta noite são e salvo a casa. Os outros três pescadores continuam desaparecidos. As buscas serão retomadas esta terça-feira.
Paulo Jorge Silveira chegou ao início da noite ao porto de São Mateus da Calheta, na Terceira, e foi recebido com comoção pelos familiares, amigos e gentes da terra que o aguardavam ansiosamente depois do infortúnio que se abateu sobre o "Gracilaria", que deixou três pescadores desaparecidos.
Proveniente desta ilha dos Açores, o barco afundou-se no domingo à noite com quatro tripulantes a bordo. Apenas um seria encontrado esta tarde, com vida e consciente, junto de destroços.
"Um sobrevivente foi resgatado às 12h30 (13h30 em Lisboa) pela embarcação de pesca "Prancha", que emitiu o alerta às 12h09, relatou ao Expresso o Tenente Carlos Oliveira do Centro Coordenador de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) de Ponta Delgada, em São Miguel.
O naufrágio ocorreu a cerca de três milhas do farol de São Jorge, adiantou, por sua vez, o Tenente Martins, adjunto do capitão do porto da Horta.
As buscas pelos outros três tripulantes ficaram suspensas ao anoitecer, já passavam das 19h locais, devido à reduzida visibilidade, de acordo com o MRCC Delgada. À mesma hora, Paulo Jorge Silveira pisava finalmente terra firme e seguiria para o hospital, depois de ter sido transportado pelo barco "Prancha", que o salvou e esteve também envolvido nas operações.
Além desta embarcação de pesca, foram mobilizados para o local um helicóptero EH101, um avião da força aérea C295, uma lancha do Instituto de Socorros a Náufragos e uma corveta da Marinha.
O Expresso apurou que entre os desaparecidos encontra-se o proprietário do "Gracilaria", residente também em São Mateus da Calheta.
A Junta de Freguesia referiu ao Expresso que acompanha com "grande consternação" a situação, esperando que "não se façam juízos de valor, pois as pessoas não vão para o mar de ânimo leve".
As autoridades preveem retomar as buscas a partir das 6h desta terça-feira.
Com vista para o mar
Foi minha despedida
Meus olhos molhados
Neles tu navegavas
Entre o pensamento
E a solidão
Perdido na imensidão
Do oceano percorrido
Navegava eu com sentido
Dos meus sentimentos
Enfadados na tristeza
Do amor
Sim ai estava o enredo
Da solidão
Do mar percorrido
Deixava de ser colorido
Sem sabor e sem colorido
Ao sabor do vento
E do pensamento
Navegava solitariamente
Mas porque me tinha despedido
Na minha partida
Quando ao teu lado podia estar
Porque fugia
Em vez de te amar
E em voz alta gritar
Não quero partir
Mas sim, ao teu lado estar
Porque o meu amor
É grande e quero continuar
Amar...
Naufrágio, sentimento de dor…
Neste momento de dor, vivo a perda de dois companheiros do nosso mar…
Com todo o respeito pela família, decidi escrever este poste para alertar certas situações perigosas, a quem anda por esses mares…
Aproveito no entanto o momento para lhes enviar os meus pesamos…
Sendo eu próprio marinheiro…
Estou triste, desolado pelo acontecimento aqui na nossa costa…
Mas porquê? Pergunto eu!
Dois irmãos… Jovens, cheios de vida deixaram rebentos que sentirão a falta deles.
No sustento, na educação, na partilha do dia a dia…
Perderam a vida neste lindo lugar piscatório chamado “CAXINAS”
Vila Do Conde
Onde os meios de sobrevivência, são a pesca. (Ou seja, o que dela resta)
Esta triste realidade…
Que acontece com muita frequência ao longo do ano…
Como podemos, por fim a estes naufrágios?
Que tanto nos magoa a alma e nos põem á prova a capacidade de aguentar tanto sofrimento.
Sentimos revolta por os ver partir, esses homens novos que labutam, para um futuro melhor para seus filhos…
Dia a pós dia, sol após sol, lá vai o homem para o mar sem saber se irá regressar…
Ninguém os protege, ninguém se preocupa com eles…
Gente humilde e nobre, filhos da terra essa que é as CAXINAS…
Não é com missas, nem choros, nem lamentações, nem bons discursos que se impede esta catástrofe de naufrágios…
Não é pagarem um lindo jazigo (a ultima morada de mais um pescador)
que se melhora a situação de segurança no nosso mar…
Sabem porquê?
Porque nossos políticos adormecem, sem nada fazer…
Nossos governantes fecham os olhos a toda estas tragédias…
O Ex. Sr. Ministro das Pescas.
Tem de se preocupar mais com o posto que ocupa e o que pode fazer pela segurança dos pescadores.
De uma vida depende muitas vidas…
Esta é a nossa triste realidade, que está alheia a outras realidades.
Será necessário perder ainda mais vidas, para se por fim a esta calamidade?
Não devíamos já ter posto mãos á obra?
A dor pode amortecer com o tempo…
Mas a cicatriz essa perdura para a eternidade. Ainda hoje no meu passeio matinal quando estou em terra, ia observando a costa nortenha.
Vi um barco a navegar entre os molhos do porto da Povoa de Varzim…
Como a foto ilustra mais abaixo…
A lancha Poveira e sua tripulação…
Pode tristemente, observar que nenhum deles usa colete salva-vidas…
E depois as coisas acontecem infelizmente…
Mais uma vez me pergunto porquê?
Por desconhecimento, ou por falta de métodos…
Ou mesmo de algum orgulho próprio de arriscarem…
Sendo realista, sabemos que sem coletes salva vidas as hipóteses de salvamento são mínimas.
Já que com o colete 95% de vidas podem ser salvas…
È neste sentido que escrevi este poste…
Desculpem o meu desabafo, um grito de dor pela perda…
E ao mesmo tempo um grito de alerta…
Infelizmente vejo e noto no meu País uma grande falta de segurança…
. Bênção dos Navios Bacalho...
. NUEVO ENFOKE,SPAIN ,SENHO...
. Sobrevivente de naufrágio...
. Naufragio–Sentimento-Dor ...