Quinta-feira, 11 de Junho de 2015

Senhor da Pedra

senhor da pedra.jpg

" Ordens a meia -noite "
Já tinha passado o alvor !. . .navegar em 12 braças de agua por fora da ínsula , chalandra em baixo proeiros atentos em busca do ouro de " São João " . Por fora de mim vinha o Mestre " Ti Canuna " "e o Mestre Zé Caravela ". . .sonda limpa, sonar limpo, e tristezas espelhadas no rosto. Ao cambar a " Burra pesqueiro" para o sul vejo o mestre " Ti Ezequiel "alar as peças no rego da " Joana pesqueiro " . . .grande carga de sardinha calei-me !. . . e apartei um 1/4 de milha para a terra , ficando com a " Oliveira " pela proa , começou a marcar uns peixitos das 6 braças para o fundo e o sonar começou a cantar de alegria há aperta um bocadinho a estiva e perguntei ao contra / mestre " Que rumo vais!. . . a oeste quarta sudoeste !. . . sonar ficou todo vermelho . . . anda a norte!. . . rumo. . . norte direito!. . . quarta leste!. . . vai na hora de Deus larga !. . . caíqua fica pela popa , retenida a correr argolas a saltar da caneja e o " Ti Zé da Nora " a contar 1 2 3 4 . . . 45!!. . . lanço redondinho e chega a traineira com a proa de norte a caíqua , maçaricas para dentro calôes aos guinchos e aladores presos a traineira num sinal de coragem e força. E ouve-se gritos!. . . " andai a biba ". . . aguas paradas cotê pela proa e pela a ré e as gaivotas numa sinfonia rodando a cortiça num sinal de esperança. As traineiras que me acompanhava rumo na minha direcção , falaram ao rádio " estas safo da burra" respondendo o mestre !. . . . o peixe cegou-me os olhos , acho que estou safo, mas seja o que " Deus " quiser!. . . ouço gritos esta a bater a proa é grande!. . . . Olho para a ré e vejo o meu contra / mestre a lançar o barrete ao mar gritando!. . . " esta a boiar a ré ". . . .Num acto de malandrice calei-me esperei que as argolas viesse dentro. olho para o norte e vejo o Mestre " Ti Canuna " e o saudoso Mestre " Caravela " refiro-me a moeda de 50 escudos que uma dessas faces tinha o desenho de uma caravela , e assim ficou a alcunha para toda a vida .As argolas já estavam dentro começa a virar a rede e ia fechando e a rainha dos mares brilhavam como prata. . . Enxuga !. . . pus a mão a cupejada apertei e não tinha barco para tanto peixe!. . . enchi a conta e brindei o meu amigo e camarada de longa data o Mestre Caravela com outra conta . Rumo a Leixões a toda a palheta e ao rodar o farol " Verde " do porto doca sem barcos, e um mar de gente ansioso pelo ouro de " São João " passo cabos a terra . . . Homens aos ganchos e num alar de frenesim a " Bibá !. . . primeiro carro a venda rendeu 18 contos cada cabaz, os rostos até aqui tristes e gelados do orvalho de " São João " encheram se de alegria e felicidade . Terminada a descarga exclamou o escrivão estamos ricos !. . . 17 mil contos limpo pó livro , vinde as portas vermelhas para receber caldeirada . . . .- Ò mar !. . . Tanto nos dás lágrimas como de alegria !. . . Hoje salvamos a safra e salvamos a" Rainha pela Cona. . . !
" Diários de bordo "

 

publicado por marinheirojimmy às 23:22
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Domingo, 10 de Maio de 2015

Senhora da Saúde

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publicado por marinheirojimmy às 15:14
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Quinta-feira, 23 de Abril de 2015

Comandante Tenreiro

comandante Tenreiro.jpg

 

 Arrastão Comandante Tenreiro da Lusitânia, no Atlântico Norte, anos cinquenta, pois já tem radar e a borda de bombordo ainda não foi fechada. Segundo do nome, pois o primeiro Comandante Tenreiro, construído de madeira para a pesca à linha, também para a Lusitânia, naufragou na Gronelândia em 1946 após colisão com um iceberg. Este navio de aço, foi o primeiro arrastão construído nos estaleiros da Figueira da Foz, segundo os planos dos primeiros arrastões da SNAB. A 23 de Dezembro de 1973, regressou da sua última campanha com avarias várias, ocasionadas por um temporal. Foi sujeito a algumas reparações em Aveiro e era suposto voltar à pesca. O 25 de Abril, fez mudar-lhe o nome, agora indesejável, para Gronelândia. O armador começou a desinvestir, vendendo os restantes navios a outros armadores. Depois de vários anos a chorar ferrugem em Aveiro, veio para Lisboa para ser demolido, sendo registado em Lisboa com o número LX-73-N para efeitos de demolição. Foi considerado demolido a 12 de Abril de 1984. Alguém tem fotos deste navio imobilizado em Aveiro? Foto Eduardo Lopes.

publicado por marinheirojimmy às 12:56
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