Pescadores. Marítimos, Pessoal do mar Este meu pensamento que magoa a minha personalidade de pescador e marinheiro, Caminhando lentamente par ao século xx1, tudo continua na mesma como foi igual ao outro tempo, Ano Apos ano acontece e ninguém é culpado, não é preciso Haver culpados mas sim acção Com mais segurança, de ambos lados, tanto de dentro como de fora, não será admissível Que se fale e nada se faça. Há muito a fazer LEIS, MUNDANÇA,PENSAMENTO, ATUAÇÃO, E MUITA REAPONSABLIDADE, PELA VIDA HUMANA. AS LEIS DEVEM SER COMPRIDAS COM RIGOR, O NÃO COMPRIMENTO DA LEI, O CULPADO DEVE SER PUNIDO. Ando de porto em porto, e vejo muitos erros de ambos lados, Muita falta de segurança E isso não se pode admitir, temos de olhar o horizonte em frente, todos no seu conjunto Não depende somente do governo, depende de todos os que trabalham no mar, ao redor da nossa costa. Nos noticiários me deparo com muita demagogia em torno dos casos, e ninguém diz que vai faz algo de concreto, Somente ouço vozes e desabafos, são anos seguidos, não é uma só vez, mas sim vezes sem conta, não podemos deixar o rio desaguar se ele estar poluído, ele vai para o mar e o queremos de volta, seguro e salvo. Muito teria a dizer mas de momento vou ficar por aqui. O meu muito obrigado. JIMMY O MARINHEIRO
" Ordens a meia -noite "
Já tinha passado o alvor !. . .navegar em 12 braças de agua por fora da ínsula , chalandra em baixo proeiros atentos em busca do ouro de " São João " . Por fora de mim vinha o Mestre " Ti Canuna " "e o Mestre Zé Caravela ". . .sonda limpa, sonar limpo, e tristezas espelhadas no rosto. Ao cambar a " Burra pesqueiro" para o sul vejo o mestre " Ti Ezequiel "alar as peças no rego da " Joana pesqueiro " . . .grande carga de sardinha calei-me !. . . e apartei um 1/4 de milha para a terra , ficando com a " Oliveira " pela proa , começou a marcar uns peixitos das 6 braças para o fundo e o sonar começou a cantar de alegria há aperta um bocadinho a estiva e perguntei ao contra / mestre " Que rumo vais!. . . a oeste quarta sudoeste !. . . sonar ficou todo vermelho . . . anda a norte!. . . rumo. . . norte direito!. . . quarta leste!. . . vai na hora de Deus larga !. . . caíqua fica pela popa , retenida a correr argolas a saltar da caneja e o " Ti Zé da Nora " a contar 1 2 3 4 . . . 45!!. . . lanço redondinho e chega a traineira com a proa de norte a caíqua , maçaricas para dentro calôes aos guinchos e aladores presos a traineira num sinal de coragem e força. E ouve-se gritos!. . . " andai a biba ". . . aguas paradas cotê pela proa e pela a ré e as gaivotas numa sinfonia rodando a cortiça num sinal de esperança. As traineiras que me acompanhava rumo na minha direcção , falaram ao rádio " estas safo da burra" respondendo o mestre !. . . . o peixe cegou-me os olhos , acho que estou safo, mas seja o que " Deus " quiser!. . . ouço gritos esta a bater a proa é grande!. . . . Olho para a ré e vejo o meu contra / mestre a lançar o barrete ao mar gritando!. . . " esta a boiar a ré ". . . .Num acto de malandrice calei-me esperei que as argolas viesse dentro. olho para o norte e vejo o Mestre " Ti Canuna " e o saudoso Mestre " Caravela " refiro-me a moeda de 50 escudos que uma dessas faces tinha o desenho de uma caravela , e assim ficou a alcunha para toda a vida .As argolas já estavam dentro começa a virar a rede e ia fechando e a rainha dos mares brilhavam como prata. . . Enxuga !. . . pus a mão a cupejada apertei e não tinha barco para tanto peixe!. . . enchi a conta e brindei o meu amigo e camarada de longa data o Mestre Caravela com outra conta . Rumo a Leixões a toda a palheta e ao rodar o farol " Verde " do porto doca sem barcos, e um mar de gente ansioso pelo ouro de " São João " passo cabos a terra . . . Homens aos ganchos e num alar de frenesim a " Bibá !. . . primeiro carro a venda rendeu 18 contos cada cabaz, os rostos até aqui tristes e gelados do orvalho de " São João " encheram se de alegria e felicidade . Terminada a descarga exclamou o escrivão estamos ricos !. . . 17 mil contos limpo pó livro , vinde as portas vermelhas para receber caldeirada . . . .- Ò mar !. . . Tanto nos dás lágrimas como de alegria !. . . Hoje salvamos a safra e salvamos a" Rainha pela Cona. . . !
" Diários de bordo "